Linhas de pesquisa

1. Memória e Patrimônio Cultural

A linha de pesquisa “Memória e Patrimônio Cultural” se insere em um debate atualizado acerca da Cultura Visual, da Cultura Material e dos princípios da Memória em torno do Patrimônio. Nesta linha são abordadas as questões relacionadas à gestão, preservação e interpretação do Patrimônio Cultural por meio do conceito estratégico de Sustentabilidade; envolve pesquisas específicas no âmbito de projetos voltados à administração, conservação e acesso ao Patrimônio, sua aplicação no Ambiente Construído, com ênfase na escala do território urbanizado, bem como suas relações intrínsecas com a paisagem, os bens móveis e integrados, as coleções, a arte e as relações imateriais propõem uma articulação ampliada dos projetos. Partindo dos conhecimentos consolidados no âmbito das Políticas Públicas, do Planejamento Urbano, da Ciência da Conservação, da Ciência da Informação, da Ciência do Patrimônio e das reflexões acerca da Memória, procura gerar uma base conceitual capaz de articular os princípios da preservação, dos estudos científicos e da conceituação em torno do Patrimônio Cultural. Questões específicas relacionadas à tecnologia de construção do patrimônio edificado e móvel no que tange sua conservação, restauração e preservação são desenvolvidas por meio de um aporte interdisciplinar que cinge os conhecimentos das Ciências Naturais, Ciências Exatas e da Terra e Ciências Humanas. Estudos em Conservação Preventiva, Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, Princípios Éticos e Legais e História da Preservação articulam o campo epistemológico desta linha de pesquisa. Relações de Patrimônio Cultural e Memória são construídas a partir da compreensão crítica, historicamente situada, da cultura e da arte, das instituições e dos espaços constituídos. Assim, a gestão e a preservação de bens culturais perpassam por uma compreensão ampliada das relações estéticas, históricas, sociais, econômicas, conceituais, filológicas, materiais, éticas e sensoriais, e suas inter-relações no tecido urbanizado. 

2. Paisagem e Ambiente

Nesta linha são abordadas as questões relacionadas à paisagem e ao ambiente, esse visto como suporte dos seres vivos e a paisagem como o seu apoio cultural. Nessa abordagem, a paisagem é definida como um fragmento do ambiente, habitada pelos seres humanos, que contêm os registros que possibilitam a compreensão da sua cultura. Neste sentido, o ambiente relaciona o indivíduo, a coletividade e o meio, fundando a territorialidade humana, no qual o território tem o seu conceito ampliado para paisagem. Essa amplitude, adotada por esta linha de pesquisa concentra a maior parte dos estudos na cidade, a paisagem apropriada pelos seres humanos e onde há maior concentração das ações antrópicas, a habitação, seus espaços de apoio e de trocas contendo os espaços edificados e os sistemas de conexão, os espaços livres. Esta paisagem se estabelece por meio de uma estrutura formal, a paisagem urbana, vista como produto de um plano urbano, estabelecido por meio de forças econômicas, políticas e sociais que se refletem no uso e na ocupação do solo.  A variação do comportamento desses elementos da paisagem urbana, em relação às transformações ocorridas ao longo do tempo, constitui uma das abordagens desta linha e se refere a Morfologia Urbana. A análise de impactos das ações antrópicas que contribuem para degradar e impactar a paisagem, amplia a base conceitual e articula reflexões sobre essas alterações, que, dependendo dos pressupostos analíticos podem significar perda de qualidade ambiental. Esses buscam estratégias de contenção ou minimização dos vetores que aceleram os processos inerentes à paisagem. Para isto, estudos sobre a recuperação das paisagens pautados por medidas preventivas, relacionam-se aqui, à conservação, reabilitação e sua restauração na escala urbana e rural, implicando, também, nas edificações e suas inter-relações no tecido urbanizado. Desta forma, as três abordagens principais desta linha se concentram na análise e reflexão sobre as atividades antrópicas urbanas e suas conexões, a morfologia urbana e estudos relacionados à valorização e recuperação das paisagens. 

3. Tecnologia do Ambiente Construído

Esta linha desenvolve, a partir da crítica à perspectiva convencional sobre o ambiente construído, a abordagem da tecnologia num dado contexto sócio espacial. A construção e dinâmica do habitat humano pode ser vista, então, em sua inseparabilidade do ambiente natural tanto quanto dos condicionantes político-econômicos e culturais. A ampliação de referências para fundamentar a reflexão sobre a produção e apropriação tecnológica no ambiente construído permite percebê-lo como resultado material da ação humana, fruto dos recursos e valores historicamente reconhecidos e desigualmente acessados pelos grupos sociais.  Experimenta-se e analisa-se a aplicação de critérios e sistemas de avaliação de desempenho, como ferramentas para o aumento da complexidade da abordagem técnica, para o empoderamento das sociedades ou como modelos reducionistas do ambiente humano a um mero artefato. Explora-se o potencial da abordagem tecnológica em contribuir para a identificação, concepção e produção de ambientes humanos como suportes do desenvolvimento social e econômico, realçando sua importância nos processos decisórios e de gestão, bem como para a valorização e conservação desses ambientes enquanto representações legítimas da identidade e modo de vida dos grupos sociais.